Matéria publicada no Jornal Diário de Barão em 23/10/2021
Impulso...
Pulsão, movimento, primordiais para qualquer esboço que você faça, essencial a arte final, a vida!
Número de acessos
quarta-feira, 27 de outubro de 2021
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
Amanhecer
Amanheço
Com o peito rasgado
A carne rompida
Dilacerante
Amanheço rompendo o verbo
Atravessada
Por tudo que em mim transborda
Amanheço com o porvir
Pendente, faltosa, em pedaços
Carne amanhecida
Amanheço sem tempo de voltas
Amanheço sem eira, beira ou direção
Amanheço
Febril, cortante, incompleta
Amanheço com o porvir
Diário
Como se braços, pernas e tronco não fossem meus
Mais um dia
E sobra espaço no tempo
Falta tempo no momento
Tempo corrido, faceiro
Tempo amanhecido
Sobra tempo nos dias
Todos os dias tardo o instante
De olhos fechados
O tempo escorre pelos dedos
Plácido, amanhecido
Todos os dias entardeço
Sem sol, em pedaços
Recomponho-me
Amanheço.
AF - 18/01/2019
Com o peito rasgado
A carne rompida
Dilacerante
Amanheço rompendo o verbo
Atravessada
Por tudo que em mim transborda
Amanheço com o porvir
Pendente, faltosa, em pedaços
Carne amanhecida
Amanheço sem tempo de voltas
Amanheço sem eira, beira ou direção
Amanheço
Febril, cortante, incompleta
Amanheço com o porvir
Diário
Como se braços, pernas e tronco não fossem meus
Mais um dia
E sobra espaço no tempo
Falta tempo no momento
Tempo corrido, faceiro
Tempo amanhecido
Sobra tempo nos dias
Todos os dias tardo o instante
De olhos fechados
O tempo escorre pelos dedos
Plácido, amanhecido
Todos os dias entardeço
Sem sol, em pedaços
Recomponho-me
Amanheço.
AF - 18/01/2019
terça-feira, 20 de novembro de 2018
AMOR
Meu amor não tem eira
Beira, cor ou etnia
É livre
Qual navio a deriva mar afora
Plana sem arbítrio
Meu amor não tem beira
Não cabe em formas
É o que é
Sem espaços prévios que possa ocupar
Ocupa
Peitos vazios
Latifúndios sanguíneos
Ele é o que é
E pulsa, e estremece, e ama
É o que é
Não segue coordenadas, diretrizes de bem viver
O meu amor apenas ama
Sem fórmulas mágicas
Sem cartografia, não se localiza em mapas
Não se justifica pelos astros ou pela alquimia
O meu amor é rarefeito
E se expande
Para além do peito
Para além dos beijos, dos corpos, das dores
O amor é rarefeito e toca melodicamente os incautos
O meu é
Sem motivo aparente AMA.
Aline Félix
20/11/2018
quarta-feira, 23 de maio de 2018
Abraços
Arritmia
Tensão nervosa
A adrenalina corria o corpo
Sensação de anestesia
Tensão nervosa
A adrenalina corria o corpo
Sensação de anestesia
Tudo pulsava
Mãos suadas
Vacilos cardíacos
Dislexia
Desencontro entre ação e sensação
Tudo pulsou
Seguiu sem direção acertada
Fluiu, derramou-se
Instante de anestesia auditiva
Perda visual
Foi tudo tumulto
Escuridão que ofusca
Reacende o verbo
Da voz, mas se cala
Transgride
Foi tudo poesia
Abraço sanguíneo
Como tenazes
Deleito-me
Foram horas perdidas no tempo
Um desacelerar de braços e abraços
E tudo pulsou
Fez vendaval
Faz poesia
Noutros braços
Outros abraços. AF
Mãos suadas
Vacilos cardíacos
Dislexia
Desencontro entre ação e sensação
Tudo pulsou
Seguiu sem direção acertada
Fluiu, derramou-se
Instante de anestesia auditiva
Perda visual
Foi tudo tumulto
Escuridão que ofusca
Reacende o verbo
Da voz, mas se cala
Transgride
Foi tudo poesia
Abraço sanguíneo
Como tenazes
Deleito-me
Foram horas perdidas no tempo
Um desacelerar de braços e abraços
E tudo pulsou
Fez vendaval
Faz poesia
Noutros braços
Outros abraços. AF
terça-feira, 15 de maio de 2018
HUMANO
Todo esse sentimento
Não me corta
Atravessa
Rompe-me física e mentalmente
Todos os meus anjos e demônios tem sido expurgados
Dia a dia
Todo esse sentimento
É corredeira de rio caudaloso
Buraco negro
Abismo sem fundo
Pulsa, vibra, transborda, enlouquece...
Minhas sinapses não fazem mais ligações nervosas
Eletrocutam-se
Na condição de humano
Todos os sentidos tem se apurado na dor
Penso e acredito na passagem das horas, do tempo, dos
sentidos, do sentir
Ah, como é efêmera essa vida
O prazer e a dor sempre compassas fiéis a esgueirar-se
Juntos, de mãos dadas
E qual sentido em todo esse sentir?
A humanidade que tanto me fascina
Hoje? Transborda.
Aline Félix
15/05/2018
terça-feira, 13 de março de 2018
Sopro de Luz
Deixamos de ter bons momentos
Para provar alguma razão
Usamos o tempo do outro como nosso
Deixando-o na espera
Criando expectativas que não iremos corresponder
Gastamos energia demais para provar o amor que não existe
Perdemos tempos de vida
Exaltando a si mesmo e nossas convicções
Quando o silêncio é a solução
Quando o deixa a vida seguir seu prumo traria leveza
Mas optamos em brigar pelo amor que não temos
Por certezas inabaláveis
Por conquistas materiais
Quando o amanhã é totalmente incerto
Ainda sabendo do livre arbítrio
Da vontade que pulsa
De que se doer
Faz parte e vai passar
Perdemos tanto tempo em orações
Para mudança do outro
Quando o outro tem sua verdade
Perdemos tempos de vida
Sabendo que nada é eterno
Mas você pode ter felicidade em dias nublados
Olhar por outras janelas
Romper fronteiras de outros países
Perdemos tempos de vida
Quando a vida é um sopro de luz
Aline Félix, 13/03/2018
sexta-feira, 2 de março de 2018
Outono
Vai se despedindo o verão
Vagorosamente
Ah, essa garoa
Vem lavar esse peito que grita
Tempesteia
Faz os dias menores
Noites extensas
Vagorosamente
Ah, essa garoa
Vem lavar esse peito que grita
Tempesteia
Faz os dias menores
Noites extensas
Meu peito é redenção
É chuva em noite de lua cheia
Poesia presa na garganta
Em todas essas noites de outono
O pensamento se esgueira por entre vielas
Noite adentro
Tudo é introspecção
Do vinho tinto
Aos diálogos mentais comigo mesma
O outono é preparação
Vem para sagrar a terra
Ameniza os ânimos e o clima
Sorrateiro
Lava minha alma
Ao fim se despede
Sem delongas
Dorme noites mais tranquilas
02/03/2018
É chuva em noite de lua cheia
Poesia presa na garganta
Em todas essas noites de outono
O pensamento se esgueira por entre vielas
Noite adentro
Tudo é introspecção
Do vinho tinto
Aos diálogos mentais comigo mesma
O outono é preparação
Vem para sagrar a terra
Ameniza os ânimos e o clima
Sorrateiro
Lava minha alma
Ao fim se despede
Sem delongas
Dorme noites mais tranquilas
02/03/2018
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
Silêncio
Hoje somos silêncio
Paz às avessas
O tempo escorrega pelas cobertas
Todas as manhãs a mesma sensação
E silêncio
Ele ecoa, vibra, pulsa
Sinto correr pelas veias
Frio, plácido, sanguíneo
Reverbero silêncio
Não há grito mais ensurdecedor
Antes o caos
Ouvir-se é guerrilhar consigo
Hastear bandeiras brancas sem sucesso
Rogar pelo fim das batalhas
É querer paz e ser guerra
É rasgar-se por dentro e não encontrar sentidos
É ser avesso a si mesmo
É incompreensão
É lutar e não desistir
É aprender a ser amor e ser melhor
O silêncio me inunda, transborda, precipita
De mãos dadas comigo
Sem tréguas
A mais difícil caminhada é o autoconhecimento.
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Ser Poesia
As voltas do horizonte
De pés no chão
Braços dados com o incerto
O pensamento vagueia
Estremece o corpo inquieto
Tenho dito não
Caminho sem rota acertada
Descoordernando seu traçado
Ela atravessa meu corpo
Desnorteia sentidos
Estremece minhas certezas
Sempre se achega
Quer sair
Correr livre
Atravessar outros corpos
Desdizer
Faz-me refém
Todos os dias explode em sentimentos
Transmuta-se
Poesia não dita, passada, avessa, fluida
Poesia [bem]dita
Salvai-me
quinta-feira, 1 de junho de 2017
Estribeiras
Segue sem tino
Destino é destino
Torce, retorce, endireita
Desafrouxa a camisa
Pés no chão
O vôo hoje e rasante
Vamos passar rente
Tirar o fino
Destino é destino
O amanhã?
É para ser escrito a nanquim
Com tinta fresca e cabeça aberta
Destino e destino
Pés no chão
Manhãs orvalhadas
Sigo desanuviando
Entardecendo todos os dias
Passo a passo
Sem rumo acertado
Sem marcas, formas ou ajustes
A certeza do caminho é caminhada.
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
Fluidez
Ela flui sanguínea
Corredeira ininterrupta
A atravessar sentimentos
Derrama-se
Ela se liquefaz
Transmuta
Flui constante
Faz a pele enrubescer
Pupilas dilatarem
Os sentidos ?
Se perdem
Margeiam as fronteiras da sensatez
Sempre a fluir
Como lava vulcânica
Abrasiva incandesce
Faz do verso
Seu último suspiro
Da palavra
Confissão
A reger com maestria
Tudo que pulsa sem forma definida
Reverbera em mim poesia...
A.F.
31/01/2017
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
Estações
É fim de tarde
Quando o céu é multicor
Os tons se misturam
Intercalam-se
Alaranjam o horizonte
Abrilhanta a pele
O dorso desenhado do passante distraído
Ele é parte do quadro
Contextualiza -se
Faz cena, em cena, incena
Assisto os fins de tarde
Aguardo o porvir
Hora ou outra os tons se arrefessem
Tom sobre tom
O céu multicor anuncia aquela que te arrebata
Entardece em mim
Pouco a pouco
Cadenciando o tempo
O passar das horas
Invadindo a cena
Atravessando o horizonte multicor
Entre uma estação e outra
Seja inverno ou verão
Ela sempre se achega
[Em] luarando o entardecer
Quando o céu é multicor
Os tons se misturam
Intercalam-se
Alaranjam o horizonte
Abrilhanta a pele
O dorso desenhado do passante distraído
Ele é parte do quadro
Contextualiza -se
Faz cena, em cena, incena
Assisto os fins de tarde
Aguardo o porvir
Hora ou outra os tons se arrefessem
Tom sobre tom
O céu multicor anuncia aquela que te arrebata
Entardece em mim
Pouco a pouco
Cadenciando o tempo
O passar das horas
Invadindo a cena
Atravessando o horizonte multicor
Entre uma estação e outra
Seja inverno ou verão
Ela sempre se achega
[Em] luarando o entardecer
Foto: Isabela Correia
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