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terça-feira, 20 de novembro de 2018

AMOR


Meu amor não tem eira
Beira, cor ou etnia
É livre
Qual navio a deriva mar afora
Plana sem arbítrio

Meu amor não tem beira
Não cabe em formas
É o que é

Sem espaços prévios que possa ocupar
Ocupa

Peitos vazios
Latifúndios sanguíneos

Ele é o que é
E pulsa, e estremece, e ama
É o que é

Não segue coordenadas, diretrizes de bem viver

O meu amor apenas ama
Sem fórmulas mágicas
Sem cartografia, não se localiza em mapas
Não se justifica pelos astros ou pela alquimia
O meu amor é rarefeito
E se expande
Para além do peito
Para além dos beijos, dos corpos, das dores
O amor é rarefeito e toca melodicamente os incautos
O meu é
Sem motivo aparente AMA.

Aline Félix
20/11/2018