Acabou a poesia
Não passo pelo marco
azul
Engoli o adeus
Todas as aspas
Sem tinta
Catártica
Mergulhada no êxtase
da negativa
Nem toda a cumplicidade
Nem o querer inusitado
As noites não dormidas
aos bons dias
O correr do tempo
O estalar da realidade
Nada disso
Foi o fim da poesia
Sem tinta
Ao léu
Palavras esparsadas
Desconexas
Reverberam insistentes
Dialogam entre si
Noutra língua que não
a nossa
Outros papos que não
os seus
Desencontro
Num lampejo qualquer
Ela volta com seus
escritos.