Foi
no segundo vazio
Olhava
de um lado para outro
Roía
as unhas
Meus
versos foram se esvaziando
Paraiva
no ar a incompletude
Arrisquei
o voo solo
Desenhei
outras formas
Aprendi
outras línguas
Preenchi
o tempo
Tentei
ocupar espaços entre ideias
Desdobrar
pensamentos
E
nada, nada tem sido suficiente
Eles
me percorrem o corpo
Ocupam
todas as frestas do inconsciente
Reviram-se
comigo na cama
Travamos
guerras sem precedentes
Eles
me atiram certezas
Certeza
do fim
Escarram
verdades sem meias palavras
Gritam,
esbravejam
Tic-tac
É
tempo de deixar para trás
É
tempo de deixá-los ir
Eles
já não dormem contigo
Perturbam
seu sono
É
tempo de apaziguar
Sem
recortes, sem remendos
É
tempo de transmutar sentimentos
Sublimar
a dor
Tempo
de olhar para os lados.