Feliz
Feliz
Lasciva
Todos a querem
Seu corpo, seu verbo
A carne que lhe apraz
Ela te assusta, surpreende
Revira, entorta e não se conforma
Puta, vadia, perdida é o que dizem
Na frente de batalha
Ela trava guerras diárias
Luta por ser quem é
Luta para ser quem é
Rompe amarras
Quebra grilhões
Foge aos padrões
Querem aprisioná-la
Prendê-la num forte
Massificar-lhe as ideias
Vesti-la com pudor
Restringi-lhe as palavras, o passo, o verbo
Querem-na mulher
Mulher de respeito
Não pode gritar
Não pode fugir
Uma mulher de respeito
Sabe do seu lugar
Bate continência
Aceita sua condição
Ela não
Ela é livre
Alforria-se a todo momento
Bate de esquerda
Assume-se mulher
Mulher fora da forma
(Des)engessada
Recorta caminhos
Traça suas rotas
Desanuvia-se
É verbo sem forma definida
É movimento
É o que quiser ser
Ser mulher é alforriar-se todos os dias
Pulsão, movimento, primordiais para qualquer esboço que você faça, essencial a arte final, a vida!
Número de acessos
domingo, 22 de dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Corpos
Queria sim
Percorrer o corpo
Labirinto secreto
Ir por todos os
caminhos
Perder-me
Entre curvas e
ondulações
Eramos um
A revirar-se
Descompassando ritmos e
cadências
Fluindo
Pulsando
Corpos em êxtase
Vibramos no mesmo tom
Num gozo intermitente
Catalisador de
sensações
Não sei se quente ou
frio
Mas vivo, pungente
Chocante
Vou-me diluindo
Desfazendo a matéria
Volatizando
Liquefazendo
Amanhã de manhã
Somos dois
Nos refazemos do caos e
da dor
Matéria bruta
Em estado de completo
êxtase.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Fim
Acabou a poesia
Não passo pelo marco
azul
Engoli o adeus
Todas as aspas
Sem tinta
Catártica
Mergulhada no êxtase
da negativa
Nem toda a cumplicidade
Nem o querer inusitado
As noites não dormidas
aos bons dias
O correr do tempo
O estalar da realidade
Nada disso
Foi o fim da poesia
Sem tinta
Ao léu
Palavras esparsadas
Desconexas
Reverberam insistentes
Dialogam entre si
Noutra língua que não
a nossa
Outros papos que não
os seus
Desencontro
Num lampejo qualquer
Ela volta com seus
escritos.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Modinha
A nova onda é ser
revolucionário, lutar por causas para além dos muros de casa. E
todos batem no peito, reafirmam suas causas. Mas pelo que você
luta? Quais são seus ideais? Até onde vai o seu espírito
libertário?
A revolução termina
quando você levanta a bunda da cadeira e desliga o wi-fi. Termina e
começa com o levantar.
Suas posições são
firmes, leu alguns livros de história é “engajado” político,
discute sociologia, filosofia no buteco, ou de buteco, vai saber.
Os propósitos do
outro? Ah! Sempre desmedidos, irracionais. Sua máxima maior: “Não
somos obrigados!” E eu concordo, não somos obrigados a ter passos
guiados, vontades direcionadas, a seguir caminhos outros que não os
que traçamos. Não somos obrigados a nos manter no sistema.
Mas você não se
mantém no sistema. Fizeram com que o engolisse, sem um gole d´água
para ajudar a descer. E você engoliu, sem cara feia, tem engolido
tudo que lhe vomitam por ai, um ou dois copos de cerveja as vezes
ajudam. Não é mesmo?
Quanta ironia, falo de
revolucionários. Não vejo rupturas, sequer vejo frestas, o discurso
polido, a (des)orientação política, valem mais que a borra dos
meus cafés, pois não paga a média simples do peão de obra, do
operário da construção civil se bem quiserem, o cafezinho da
tarde.
Sei de suas
insatisfação, acho mesmo que decorei alguns dizeres. “Não somos
obrigados!”. E ai? Depois da postagem impactante, da nota de
jornal, da feitura de cartazes, dos gritos de ordem, das fotos no
instagram. E ai? Cadê a revolução para além do discurso polido e
das postagem em redes sociais?
As revoluções começam
no café da manhã quando já se cansou da média simples, ela lhe dá
asco e um belo dia conclui não ser obrigado a esse café, que merece
mais e passa a tomar chá.
Parece mesmo engraçado,
mas o chá trouxe mudanças no paladar, você agora sente outros
gostos.
O moço do chá
companheiro é um revolucionário. E você? E eu? Somos o que para
além dos discursos?
E ai? Qual a mudança?
O sistema é uma merda e você tem se atolado até o pescoço. Até
quando? Sabemos que não é obrigado.
E ai? Até quando?
Aline Félix
25/10/2013
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Catavento
Ela desliza entre
hélices
Num giro suave de quem
não sabe onde ir (?)
Ela foi se enveredando
Entre becos e vielas
estreitas
De olhos fechados
Escolheu seguir
De olhos fechados
Soprou para leste
Dispensou os sentidos
Sem caminhos traçados
ou fronteiras definidas
Bebeu do meu copo
Provou outros gostos
Mediu outros corpos
Ela desliza entre
hélices
Leve, opulenta
Deixa marcas na areia
Ela também se
desfaz...
domingo, 6 de outubro de 2013
Inacabado
Estagnada
As ideias vão se
perdendo
Apagam-se
Faço de outrora
Ontem e hoje
E se fossem só
lembranças?
O meu corpo ainda pulsa
Caminho em desalinho
Mudei de assunto
Apaguei versos ainda
não escritos
Tenho rascunhado outros
textos
Mas as ideias
O pesar
Todos os desejos
Não cabem nas gavetas
Nos armários da
cozinha
Nas salas, nos quartos,
nos sonetos mal escritos
Não cabem em mim
Assim, distraído
O corpo reescreve a
partitura
Grita, reinventa
Torna latente o verso
inacabado
E tudo reverbera em
movimento
Tudo que não tevê
fim...
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Cadência
Desde o primeiro
tropeço
Amanhece comigo
Aos poucos reescreve
outros parágrafos
Dilapida meu riso
Acentua minha dor
Outrora eram só
expectativas
Era vontade encapsulada
Desejo inadvertido
Invadindo meu corpo
Esgueiravam-se como se
o medissem em palmos
Conjugava o prazer
Remontava cenários
Variava o figurino
A meia luz
Ato contínuo
Sem intervalos
Traçava os fins a
caneta naquim
Falas e marcações
Mas o tropeço
Cadenciou o passo
Feriu de morte o verso
Fez de mim poesia
Sem começo e sem fim
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
PORRE
Hoje eu bebi
Tomei o porre
Acordei entre quatro
paredes não conhecidas
Bebi todo o meu querer
Perdi a conta do desejo
Da vontade da carne
Do gozo intermitente
das noites vazias
Paguei a conta com o
tempo
Tempo para pensar
Tempo para viver
Tempo para retirar-me
Tempo de deixar em paz
os instintos
Lá pelas tantas
Sem fazer conta do
porre
Sem fazer conta da dor
Fui diluindo-me noutras
doses
Misturei essências
Outro porre
E nesse estado de
embriaguez
De certezas
inabaláveis
Fiz conta de nossas
meias verdades
E de resto foi só
frisson
Sem troco, sem
saideira...
sábado, 7 de setembro de 2013
Ciclos
São outros tempos
O coração acelera
como naquela tarde
Remonto cenas
Transcrevo outro
roteiro
Retiro coadjuvantes
Somos eu e você
Somos nos reescrevendo
histórias em apartado
São outros tempos
Faço versos no
singular
Não conjugo outros
verbos
São outros tempos
Você fala em boemia
Eu bebo incerteza
Você ponto final
Eu reticências
Você prosa
Eu verso
Déjà vu
São outros tempos
Para novos fins.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
In - cena
Sobra espaço
O desejo pulsa
Sublimo todas as manhãs
vontades de anteontem
Sem querer ela ressurge
altiva
Minuto a minuto
Toma cor
Ganha forma
Falta espaço
Ele sussurra nos
ouvidos
O desejo intermitente
Teima em recostar-se
Faz morada nesse peito
sitiado
Falta espaço
Nessa
terra de ninguém
É vontade que aperta,
afrouxa
Transmuta a dor
Esquece
Desalinha
Sobra espaço nos
abraços
Falta espaço
Nessa terra de ninguém
Ah coração distraído
Decidiu-se sozinho
Sitiar meus domínios.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Instante
Foi
no segundo vazio
Olhava
de um lado para outro
Roía
as unhas
Meus
versos foram se esvaziando
Paraiva
no ar a incompletude
Arrisquei
o voo solo
Desenhei
outras formas
Aprendi
outras línguas
Preenchi
o tempo
Tentei
ocupar espaços entre ideias
Desdobrar
pensamentos
E
nada, nada tem sido suficiente
Eles
me percorrem o corpo
Ocupam
todas as frestas do inconsciente
Reviram-se
comigo na cama
Travamos
guerras sem precedentes
Eles
me atiram certezas
Certeza
do fim
Escarram
verdades sem meias palavras
Gritam,
esbravejam
Tic-tac
É
tempo de deixar para trás
É
tempo de deixá-los ir
Eles
já não dormem contigo
Perturbam
seu sono
É
tempo de apaziguar
Sem
recortes, sem remendos
É
tempo de transmutar sentimentos
Sublimar
a dor
Tempo
de olhar para os lados.
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Mulher!?
Ah mulher, mais modos
Uma mulher não anda de pernas abertas
Mulheres usam maquiagem
Roupas que modelem seu corpo
Mas sem vulgaridade
Ah mulher
Você não pode falar alto
O que eles iriam dizer?
Mulher, saiba que será sempre ovacionada
Por suas prendas domésticas
A maneira impar que tens de cuidar do lar
Saibam, mulheres sempre estão atrás de seus esposos
São ótimas companheiras
São tantos os requisitos mulher!
Mas vocês começaram aprender desde a infância
Quando ganhavam fogõezinhos de brinquedo
A casa da barbie...
Não teram problemas.
Mulheres
São por natureza amáveis
Delicadas, não podem com muito esforço
Abalam-se facilmente
É compreensível mulher
Vocês são mais frágeis
Por isso, não facilite.
Esteja em casa as 20 horas
Ou anda querendo ser assediada.
Mulher, você deve resguardar-se
Sempre
Afinal, todos vão falar.
Ah, aquela libertina....
Ah, aquela, aquela...
Nem pensemos!
Você não quer ser falada?!
Ou não quer casar!?
A mulher, se não fosse essa tal de modernidade
Todos estariam ocupando seu devido lugar
Ah mulher, não seja tola.
Mantenha-se em seu lugar
Bonita como és, logo, logo arranja um bom partido.
Largue mão dos invencionismos da modernidade
Seja mulher dos sonhos de qualquer homem.
Aline Félix
domingo, 16 de junho de 2013
LEVANTE
Acorda Brasil
Não são os centavos
O caos na saúde
Os desvios de verba
A pasmaceira legalista pouco efetiva
A morosidade do Judiciário
O legislativo que trava guerras particulares
Não tô falando das obras aprovadas sem licitações
Afinal, somos o país do futebol
As Olimpíadas estão para acontecer
E o papa vem ai
Acorda Brasil
Não tô falando da aprovação do código do desmatamento
Não tô afim de discutir o estatuto de proteção ao estuprador
Não quero falar das beneficies estatais e sua política assistencialista
Dessa vez não vou discutir reforma agrária
Deixemos de lado os Gurani Kaowá
Quem vai ou quem fica
Terra de índio ou de branco
Não vou discutir propriedade
Acorda Brasil
E se a mídia assim quiser
Que mostre o levante dos vândalos a ação heroica e dantesca da polícia
Vivemos em um estado de exceção maquiado
Grande estado democrático
Relembramos o AI-5
Pois as manifestações tem hora e lugar para acontecer
Já decidiram os doutos magistrados nas Gerais
Acorda Brasil
Vamos estear nossas bandeiras
Ultrapassar a história de país colonizado
Somos livres para servir a nação, a nação!
Somos livres para dizer não a representação antidemocrática
Somos livres e queremos nossos direitos para além dos textos polidos
Acorda Brasil
De terno ou gravata
Chinelos e jeans
Correndo para fora das nuvens de fumaça
Desviando as ideias das arma em riste
O Brasil se levanta.
14/06/2013
Fonte Fotografia:http://noticias.band.uol.com.br/cidades/noticia/?id=100000606700
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Carnaval, carnaval...
Não
entendo o destino
Deixou-nos
a mercê
Eramos
só estranhos
Sem
vontades a convergir
Estranhos
Eram
outros os anseios
Eu
queria o samba
Sambar
até perder o compasso
Perder
o passo
O
caminho de casa
Esquecer
das mazelas
Perder
o foco
Encontrar
outros propósitos
Desmedidos,
fugazes...
Um
amor de carnaval
Um
amante latino
Deleitar-me
entre um samba e a bossa
Na
quarta-feira tomar cinzas
Confessar
os pecados da carne
Poderia
até me redimir
Mas
nesse carnaval
A
folia cessou
Mas
os tambores ainda repicam
Eu
subi as ladeiras
Desci
morro abaixo
Olhei
noutros olhos
Perdi
meus propósitos
Dancei
contigo
Eu
me perdi no encontro
Perdi
o tino
Tenho
perdido o ar
Entre
o repique do atabaque
O
ressoar do tamborim
Vou
me perdendo
Rasuro
a partitura
Sigo
sentindo outras melodias
E
se vibro
Paraliso
os nervos
Vou
me perdendo
É
perder para reencontrar
Mas
o compasso desacelera
Reverbera
notas de outrora
Nosso
samba toca em outros terreiros
Vamos
perdendo ritmo
Mudando
o tom
Descompassando
Ela
já não dança mais
Decidiu
aquietar-se
Afinar
os acordes do bandolim
Ela
já não dança mais
Espera
por carnavais fora de época.
Aline
Félix
05/06/2013
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Marcas
Hoje me olho no espelho e os traços
no meu rosto cada vez mais desenhados, se antes eram esboços de
minhas expressões mais corriqueiras, hoje elas acenam ao longe,
contam um pouco da minha história, dos amores as crises de ódio, da
dor a felicidade que vez ou outra estampam os sorrisos.
Carrego com orgulho, cada traçado no
rosto, marcas de toda uma vida. Não quero maquiar, fingir idade,
ludibriar o tempo com pós, bases, blushes, nada disso. As marcas no
meu rosto contam mais de mim do que eu mesma sei, conversam em
silêncio entre si. São como pontos de luz.
A tempos atrás, aparentemente mais
jovial, com o sorriso mais puro, o olhar festivo de quem pouco sabe
de si e tem sede de descoberta procurei desbravar outros mundos,
subir em outros muros que não os de casa.
Seguimos assim, em cima dos muros,
aqui, acolá, margeando a dor, vivenciei as primeiras paixões, fui
desenhando sem rascunho. Aceitei o esfumaçado das olheiras, as
dúvidas que sempre esboço com o erguer de sobrancelhas, a paralisia
facial diante da frustrações cotidianas ou mesmo da surpresa em
saber-se apaixonada.
Não faço diferente hoje, posso não
expressar em palavras, estear bandeiras, mas minha cara não nega, é
como se escrevessem a nanquim todos os nãos e sins que vou dizer, ou
mesma a dúvida.
Nego três vezes a ideia de
desprender-me das linhas do meu rosto, de uma identidade construída
dia a dia, de fingir dor, de trair meus sentidos com expressões
ensaiadas.
Somos todos uma chuva de emoções,
mas alguns de nos tem medo de molhar e escondem-se embaixo de
marquises, a contraluz.
Eu acredito continuar subindo em
muros, olhando através das janelas, pulando-as se preciso, vou
marcando a nanquim minhas alegrias, as frustrações cotidianas,
desenhando em definitivo outras tantas linhas de expressão.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
TEMPO...
Hoje o dia passou arrastado, foi como
se os segundos não acompanhassem o tic-tac do relógio.
Mesmo antes de acordar, senti o tempo
descompassar vagarosamente, transpassar as cobertas, tatear o meu
corpo, como se o medisse em palmos. Ele foi me atravessando, era
impossível dormir.
Parei de lutar com as circunstâncias
e despertei. Assumo ter tentando ludibriar meus instintos, maquiado
algumas situações, mas ele não perdoa, hora ou outra submergiria
uma verdade aqui outra acolá.
É tempo de acertar o compasso,
vislumbrar outras conquistas.
Aceitei todas as prerrogativas e
mesmo os riscos inerentes ao livre arbítrio.
Penso em nunca esgueirar-me por entre
vielas, decidi não vivenciar somente as certezas que a vida propõem,
decidi não apelar ao passado para justificar algumas escolhas.
Nem todos os quereres são passíveis
de explicação. Eu simplesmente me abstenho, deixo em aberto o
entendimento, tal como as escolhas, são livres.
Tic-tac, que não seja hoje, mas o
mesmo tempo que me corre as cobertas, que me atravessa o peito, vai
lhe ser pontual.
Ele nós faz acreditar em pôr dos
sóis mais ensolarados.
Aline Félix
22/05/2013.
terça-feira, 12 de março de 2013
Jogo Performático
Nesse jogo performático
Os corpos se entrelaçam
Numa cadência única
Indo e vindo
Desacelerando
Ela toma para si o
verso
Faz de mim refém de um
coração desarmado.
Eu, atônito,
paralisado
Recobro a cor
Retomo a fala
Nesse jogo performático
Meu corpo inquietasse
Perde o compasso
Paro de jogar
Cartas na mesa
Corpos extasiados ao
solo
Já não falamos da dor
Não falamos
Silenciamos o verso
Atraso os relógios
Para a ampulheta
Nossos corpos
Paralisados, inertes
Eles seguem
Tem a caos como amante
fiel
Sem rodeios ou
digressões
Entra na dança
Atravessa o jogo
Quebra a partitura
Reinventamos a forma
Nesse jogo performático
Conjugamos o prazer
Aquém dos dizeres
Da prosa e do verso
Sou mais eu e você.
06/03/2013
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Porre de tequila
Para embriagar
Porre de tequila
Porre de torcer
sentimentos
E que se dane os bons
modos
O sorriso tímido
O toque refinado
Pego com vontade
No seu dorso o gosto
salgado da maresia
Porre de tequila
Deixo eles no canto
Esperando a barbárie
Até refazer-me do caos
E bater no peito vazio
Sentir em segundos toda
a dor, todo medo em completo êxtase
Amanhã refaço-me do
caos
Tomo tendência
Penso: “É só
boemia”
Porre de tequila
Recostados, no canta da
sala
Eles esperam
Eu!? Jogada noutro
canto qualquer
Tento ir sem eles, mas
na primeira esquina
Tenho todos de uma só
vez
Todo amor posto a
espera
Nunca caminho sozinha
Já são parte de mim
Vou me desfazendo
Procurando outros
vícios
Vivendo outros pecados
Reinvento motivos para
acordar
Ser dono de minhas
próprias ilusões
E nem essas consigo
viver
Por que metade de mim é
posta a espera
12/01/13
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