Nesse jogo performático
Os corpos se entrelaçam
Numa cadência única
Indo e vindo
Desacelerando
Ela toma para si o
verso
Faz de mim refém de um
coração desarmado.
Eu, atônito,
paralisado
Recobro a cor
Retomo a fala
Nesse jogo performático
Meu corpo inquietasse
Perde o compasso
Paro de jogar
Cartas na mesa
Corpos extasiados ao
solo
Já não falamos da dor
Não falamos
Silenciamos o verso
Atraso os relógios
Para a ampulheta
Nossos corpos
Paralisados, inertes
Eles seguem
Tem a caos como amante
fiel
Sem rodeios ou
digressões
Entra na dança
Atravessa o jogo
Quebra a partitura
Reinventamos a forma
Nesse jogo performático
Conjugamos o prazer
Aquém dos dizeres
Da prosa e do verso
Sou mais eu e você.
06/03/2013