Para contar
Dedilhar histórias
Decompor o tempo
Todas as farpas
Cicatrizes ornamentam o dorso declinado
Decomponho o tempo
Amante infiel
Mãos calejadas
Percorrem o corpo inerte
O corpo
Sem pulso, sem verbo
O tato
Sentido estéril
Outrora, um corpo febril
Pulsante, desejoso
Sem demais histórias
Sem verso, descompondo
Sem cheiro, sem gosto, inerte
O corpo
Peça viva, pasmada
São só tenazes
Indo e vindo
Dominando a peça, a presa
É bicho abatido
É carne barata
Mais um corpo
Sem gosto, sem cheiro, sem verbo.
02/10/2011
Foto: http://poetrysfeelings.wordpress.com/
Legal d+ seu blog!! Os poemas como sempre lindíssimos!
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