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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O corpo


Para contar
Dedilhar histórias
Decompor o tempo
Todas as farpas

Cicatrizes ornamentam o dorso declinado
Decomponho o tempo

Amante infiel

Mãos calejadas
Percorrem o corpo inerte

O corpo
Sem pulso, sem verbo



O tato
Sentido estéril
Outrora, um corpo febril
Pulsante, desejoso

Sem demais histórias
Sem verso, descompondo
Sem cheiro, sem gosto, inerte

O corpo
Peça viva, pasmada

São só tenazes
Indo e vindo
Dominando a peça, a presa

É bicho abatido
É carne barata
Mais um corpo
Sem gosto, sem cheiro, sem verbo.

02/10/2011
Foto:  http://poetrysfeelings.wordpress.com/ 

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