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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Cadência



Desde o primeiro tropeço
Amanhece comigo
Aos poucos reescreve outros parágrafos
Dilapida meu riso
Acentua minha dor

Outrora eram só expectativas
Era vontade encapsulada
Desejo inadvertido

Invadindo meu corpo
Esgueiravam-se como se o medissem em palmos

Conjugava o prazer
Remontava cenários
Variava o figurino

A meia luz
Ato contínuo
Sem intervalos

Traçava os fins a caneta naquim

Falas e marcações

Mas o tropeço
Cadenciou o passo
Feriu de morte o verso

Fez de mim poesia

Sem começo e sem fim














quarta-feira, 18 de setembro de 2013

PORRE

Hoje eu bebi
Tomei o porre
Acordei entre quatro paredes não conhecidas
Bebi todo o meu querer
Perdi a conta do desejo
Da vontade da carne
Do gozo intermitente das noites vazias

Paguei a conta com o tempo
Tempo para pensar
Tempo para viver
Tempo para retirar-me
Tempo de deixar em paz os instintos

Lá pelas tantas
Sem fazer conta do porre
Sem fazer conta da dor

Fui diluindo-me noutras doses
Misturei essências

Outro porre

E nesse estado de embriaguez
De certezas inabaláveis
Fiz conta de nossas meias verdades

E de resto foi só frisson

Sem troco, sem saideira...





sábado, 7 de setembro de 2013

Ciclos

São outros tempos
O coração acelera como naquela tarde
Remonto cenas
Transcrevo outro roteiro
Retiro coadjuvantes
Somos eu e você

Somos nos reescrevendo histórias em apartado

São outros tempos
Faço versos no singular
Não conjugo outros verbos

São outros tempos
Você fala em boemia
Eu bebo incerteza
Você ponto final
Eu reticências
Você prosa
Eu verso

Déjà vu

São outros tempos

Para novos fins.