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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

PORRE

Hoje eu bebi
Tomei o porre
Acordei entre quatro paredes não conhecidas
Bebi todo o meu querer
Perdi a conta do desejo
Da vontade da carne
Do gozo intermitente das noites vazias

Paguei a conta com o tempo
Tempo para pensar
Tempo para viver
Tempo para retirar-me
Tempo de deixar em paz os instintos

Lá pelas tantas
Sem fazer conta do porre
Sem fazer conta da dor

Fui diluindo-me noutras doses
Misturei essências

Outro porre

E nesse estado de embriaguez
De certezas inabaláveis
Fiz conta de nossas meias verdades

E de resto foi só frisson

Sem troco, sem saideira...





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