A mão acalenta
Registra a textura
Reconhece-te a meia luz
Ela transgride o tempo
Sente gostos outrora despercebidos
A mão tece o verso
Dedilha com maestria a bossa
Repica o tambor
Desafina
Encontra-se a meia luz
E se perde
Entre um encontro e outro
A pele grita
Inflama-se
A mão que acalenta
Sente o gozo das manhãs tardias
Firme,opulenta, orvalhadas...
Seu toque
Reverbera outros sons
Tece outros versos
A mão que acalenta
Tem digitais recortadas
Marcado pelo cheiro
Pelo gozo das manhãs
Desnudas, orvalhadas…
Setembro degusta minha alma
Despudorado
Invade o quarto
Entra sem bater
Da janela, o translado das estações
O coração gela e resplandece em flores
Setembro é agridoce
Tem a discrição que falta aos dias de meio dia
O calor das noites frias
O pôr do sol tem mais cor, mais vida...
Pela manhã, entre um gozo e outro
Setembro saudá a vida…